domingo, março 12, 2006

ÍNDICE DO BLOGUE

1. Introdução: apresentação resumida do projecto
2. Finalidades e objectivos
3. Princípios teóricos orientadores (Didácticos e Pedagógicos)
4. Metodologia
4.1. Exemplos ilustrativos
5. Instituições onde o projecto foi desenvolvido
6. Resultados alcançados
7. Produtos e formas de difusão
8. Bibliografia
Apêndice 1. A Galeria Virtual (obras de arte visuais sobre cidadania)
Apêndice 2. Antologia de poemas (em inglês, alemão e em português) sobre cidadania
Apêndice 3. Trabalhos dos alunos
Apêndice 4. Unidades didácticas (a completar)
Apêndice 5. Ligações a outros sítios da Internet (a completar)
Apêndice 6. [Espaço deixado em branco para uso futuro]
Apêndice 7. [Espaço deixado em branco para uso futuro]


Áreas de Classificação do projecto:

Palavras-chave: Educação para a Cidadania, Pedagogia Crítica (como influência) Educação Intercultural, Pedagogia, Didáctica das Línguas, Didáctica do Português, Português Língua Não Materna, PLNM, Didáctica do Inglês, Didáctica do Alemão, Aprendizagem por Tarefas, Educação pela Arte.

Keywords: Citizenship Education, Critical Pedagogy (as an influence), Intercultural Education, Pedagogy, Language Teaching, Didactics, TEFL (Teaching English as a Foreign Language, Teaching German as a Foreign Language, Teaching Portuguese as a Foreign Language, Task-based learning, Education through Art.

1. INTRODUÇÃO: Apresentação Resumida do Projecto


O projecto Línguas, Arte, Cidadania (anteriormente denominado “Com as línguas e a arte a caminho da cidadania”) tem como objectivo central desenvolver, pôr em prática e avaliar um método de ensino/aprendizagem das línguas estrangeiras (neste caso, o inglês, o alemão e o português como língua não materna), que pretende articular de forma harmoniosa e produtiva os princípios e as orientações de áreas da didáctica das línguas (como a abordagem comunicativa e a aprendizagem por tarefas) com áreas da pedagogia (a Educação para a Cidadania, a Educação Intercultural e a Educação pela Arte). Procura-se que esta abordagem seja motivante para os alunos e que consolide e alargue os objectivos e o alcance pedagógico das aulas de língua, valorizando a presença de conteúdos culturais, artísticos e da Educação para a Cidadania.

Os membros da equipa que se encontram a desenvolver o projecto são cinco docentes/investigadores: Alexandre Dias Pinto (Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa – CEC), Carlota Miranda (Escola E. B. 2,3 Prof. Agostinho da Silva), Orlanda Azevedo (Universidade de Berkeley, EUA, e CEC), Pedro Valente (Colégio São João de Brito e CEC) e Ana Cristina Correia (Escola E.B. 2,3 José Buísel – Portimão). O projecto está inscrito como uma das linhas de investigação do Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa.

No ano de 2003, foi atribuído ao projecto o Selo Europeu para as Iniciativas Inovadoras na Área do Ensino/Aprendizagem das Línguas, um galardão conferido pela União Europeia e outorgado em Portugal pela Agência Nacional Sócrates e Leonardo.

A ideia de desenvolver esta abordagem didáctica de ensino/aprendizagem das línguas e da sua cultura nasce da constatação de que as potencialidades pedagógicas e culturais das aulas de língua estrangeira estão a ser subaproveitadas. Se lermos os objectivos e os princípios pedagógicos das disciplinas de língua estrangeira que são consagrados nos Programas do Ministério da Educação e os confrontarmos com os manuais das disciplinas e com a prática lectiva diária, concluiremos que as aulas de idiomas podiam (e deviam) desempenhar, de modo mais assumido, um papel ainda mais relevante na formação dos alunos, tanto no seu desenvolvimento pessoal (no âmbito da pedagogia) como, ligado a ele, na sua preparação para o papel de cidadãos de uma comunidade local, de um país, de uma união de Estados (a União Europeia) e de uma comunidade global. Veja-se a este propósito as indicações do relatório final do programa do Conselho da Europa intitulado Language Learning for European Citizenship (cf. Council of Europe, 1997).

(A fotografia que se encontra no início desta secção é de Tina Modotti, intitula-se As mãos do titereiro e, pelo que tem de simbólico, é o logotipo do projecto.)

2. FINALIDADES E OBJECTIVOS

Para além de desenvolver e pôr em prática a abordagem didáctica do ensino/aprendizagem das línguas concebida pela equipa, traçaram-se outras duas finalidades do projecto, que se associam à (e decorrem da) primeira:
a) produzir um conjunto de materiais didácticos que apoie e permita a operacionalização do método de ensino/aprendizagem das línguas aqui proposto;
b) redigir textos ensaísticos e/ou de divulgação que dêem conta das reflexões teóricas, dos resultados e das propostas que brotem do projecto (sobre estas duas metas, ver o ponto 7 deste blogue, intitulado “Produtos”).

Centremo-nos agora nos objectivos da abordagem didáctica desenvolvida nesta iniciativa. O que a caracteriza e o que nela há de inovador, segundo cremos, começa no conjunto de metas pedagógicas e didácticas que se propõe atingir, centrando-se depois, em termos metodológicos, na exploração da arte no ensino de uma língua estrangeira. Os objectivos pedagógicos a que nos referimos – aqueles que estão para lá da aprendizagem da língua, mas que partem deste processo – são, resumidamente, os seguintes:

a) combinar o ensino da língua com a formação pessoal e social dos alunos;
b) promover os valores humanos, como a justiça, a solidariedade, a tolerância e o respeito pelo Outro;
c) consciencializar os alunos para a problemática e para o exercício da cidadania, contribuindo para que se tornem cidadãos participativos e com uma atitude construtiva no seio da comunidade;
d) fomentar a consciência crítica (e informada) dos alunos;
e) levar os alunos a conhecer e a reflectir criticamente sobre questões do mundo actual (como o papel dos media, a injustiça social, o racismo, as iniciativas dos cidadãos, etc.) em que se incluem também (e de forma muito relevante) o conhecimento de outras culturas;
f) estimular o interesse e a sensibilidade dos alunos pela arte nas suas várias manifestações, literatura, pintura, escultura, fotografia (artística), música, etc., como fonte de informação e como veículo de reflexão sobre questões sociais e políticas.

A juntar a estes, encontram-se os objectivos que se prendem especificamente com o ensino/aprendizagem da língua. Nesse âmbito, pretende-se que os alunos:

a) desenvolvam as competências linguísticas (ler, ouvir, escrever e falar) e comunicativas (Nunan, 1989);
b) dominem as regras do funcionamento da língua de forma a que esta seja um meio para usarem o idioma com maior correcção;
c) conheçam e apliquem com propriedade o léxico da língua;
d) desenvolvam os seus conhecimentos fonéticos e fonológicos de forma a articular com correcção fonética enunciados da língua;
e) consigam construir e interpretar com correcção e destreza enunciados orais e escritos, ponto em acção as suas competências e os seus conhecimentos linguísticos.

3. PRINCÍPIOS TEÓRICOS ORIENTADORES (da Didáctica e da Pedagogia)

O objectivo central das aulas de língua estrangeira é promover as condições que permitirão aos alunos aprender uma língua de que não são falantes nativos; e não podemos nunca esquecer que este é o seu principal objectivo. No entanto, enquanto disciplinas integradas no currículo do sistema de ensino português, as disciplinas de Inglês, Alemão, Português (e outras disciplinas de língua) devem seguir os princípios e as linhas definidas pelo Ministério da Educação. Consequentemente, devem também contribuir para a formação holística dos alunos, fomentando entre eles os valores humanos e a ideia de cidadania bem como expandindo os seus conhecimentos do mundo actual (e do passado, que o gerou).

Assim sendo, a metodologia de ensino/aprendizagem das línguas que aqui propomos funda-se nos princípios da abordagem comunicativa do ensino das línguas estrangeiras (cf. Widdowswon, 1983; Legutke e Thomas, 1991). Estes são aqui articulados com as linhas condutoras da aprendizagem por tarefas (“Task-based learning” – Nunan, 1993; Skehan, 1996), que enformam já hoje os Programas de Inglês do Ministério da Educação e que podem ser aplicado ao ensino/aprendizagem de outras línguas estrangeiras. Trata-se de uma metodologia que privilegia o desenvolvimento das competências linguísticas e comunicativas dos alunos, as quais são trabalhadas juntamente com os conhecimentos culturais e do funcionamento da língua. Acrescente-se que o método aqui proposto aposta na aprendizagem centrada no aluno e na procura de diferentes estratégias e de diferentes padrões de interacção na aula (trabalho de pares, de grupo, trabalhos de pesquisa, etc.), numa grande variedade de actividades que possibilitem a autonomia do trabalho do aluno (cf. Legutke e Thomas, 1991) e no recurso, sempre que possível, a meios das novas tecnologias de informação (TIC).

No que diz mais intimamente respeito ao foro da pedagogia, a nossa abordagem didáctica é fortemente marcada pelas ideias da Educação para a Cidadania (Crick, 1998; Pearce e Hallgarten, 2000; Guilherme, 2001). Acreditamos que esta área transversal do sistema de ensino português deve desempenhar um papel muito importante nas aulas de língua, sensibilizando os alunos para e levando-os a reflectir sobre os problemas dos direitos humanos, da injustiça social, das condições de vida das populações e de outras questões do mundo contemporâneo. Será este um contributo fundamental para se formarem cidadãos conscientes e com uma atitude construtiva na sociedade. Inicialmente, os fundamentos da Pedagogia Crítica (Freire, 1983; Giroux, 1997) marcavam a nossa abordagem didáctica. Mais tarde, encontrámos na Educação para a Cidadania os princípios, as soluções e o discurso que se adequava melhor aos nossos objectivos. A Pedagogia Crítica manteve-se, no entanto, como uma influência para o nosso projecto.

Com a Educação para a Cidadania se articulam de forma harmoniosa as propostas da Educação Intercultural (Cotrim, 1995; Woodrow et alia, 1997; Miranda, 2004). Esta está presente na nossa abordagem na medida em que se convocam para as aulas de língua factos, padrões e fenómenos culturais, vivências e obras artísticas (literárias, plásticas, musicais) de diferentes culturas, que são alvo de reflexão, análise e comparação. Acreditam os autores deste projecto que os conhecimentos e a compreensão da diferença de outras culturas e de outros modos de vida são uma importante mais-valia na formação de alunos conscientes e nutridos por um espírito humanitário, universalista e aberto. É esta também uma forma de se desenvolver o respeito, a compreensão e o respeito pelo Outro e pelo diferente.

De forma a poder atingir o conjunto de metas anteriormente definidas, as aulas de língua têm de ser espaços lectivos em que a aprendizagem do idioma se articula de forma pertinente e natural com a formação do indivíduo. Propõe-se, pois, que se explorem nas disciplinas de língua conteúdos didácticos (sociais, culturais e históricos) e materiais didácticos, que serão a base de trabalho de língua, de análise, reflexão e de outros tipos de resposta (elaboração de textos de diferentes tipos, debates, produção de cartazes, etc.) no idioma que está a ser leccionado. Desta forma se trabalham a Educação para a Cidadania e a Educação Intercultural. Já a utilização de materiais artísticos (reproduções de pinturas, de fotografia artística e outras peças das artes visuais, bem como excertos de música erudita e de obras literárias) – a par de e em ligação com materiais “não artísticos” (textos jornalísticos e informativos, exercícios gramaticais, etc.) – ao serviço da aprendizagem da língua e da formação do aluno dão conta da colaboração da Educação pela Arte na metodologia que aqui propomos.

4. METODOLOGIA



De forma a poder atingir-se o conjunto de objectivos anteriormente definidos, as aulas de Inglês, de Alemão ou de Português como Língua Não Materna serão espaços lectivos em que o ensino/aprendizagem da língua (que, repetimos, é aqui central e nunca pode ser subordinado a outros objectivos) se articula de forma pertinente e harmoniosa com a formação do indivíduo. Como foi dito, propõe-se, pois, trazer para estas aulas conteúdos didácticos (sociais, culturais, históricos) e materiais didácticos (textos literários, reproduções de pinturas, de fotografia artística e de outras artes visuais bem como música erudita), que serão objecto de análise, comentário, reflexão, debate e de outros tipos de resposta (elaboração de textos, exercitação de conteúdos linguísticos, etc.) na língua que está a ser leccionada. Torneiam-se e evitam-se, deste modo, alguns dos temas estéreis explorados no ensino das línguas (por exemplo: as estrelas de cinema, os queijos e os vinhos, os animais de estimação, os passatempos, etc.) ou dá-se a alguns desses temas um tratamento crítico: em lugar de se estudar meramente “a roupa”, reflecte-se também sobre o impacto social da moda e sobre a sociedade de consumo; em vez de se glorificarem as figuras mediáticas da actualidade, dá-se a conhecer e reflecte-se sobre o papel de indivíduos que procura(ra)m construir um mundo melhor: Ghandi, M. L. King, Dalai Lama, etc. O propósito é, claro está, levar o aluno a pensar autonomamente e a construir uma opinião própria e fundamentada sobre assuntos como estes.

Propomos, pois, um método de ensino da língua em que a arte desempenha um papel importante, não apenas na exercitação e na prática do idioma, mas também no aprofundamento dos conhecimentos culturais, históricos e sociais dos alunos (incluindo o conhecimento de outros povos e culturas) e no desenvolvimento da consciência crítica destes jovens. Consequentemente, em lugar de se usar material visual como anúncios publicitários, fotografias de desportistas, de casas luxuosas, opta-se por levar para a sala de aula pinturas desafiantes e apelativas, que pedem ao observador (i.e., ao aluno) uma reacção e uma resposta interpretativa. A experiência dos professores intervenientes neste projecto (e de outros colegas) permite-nos concluir que um quadro como A Persistência da Memória de Salvador Dalí ou O Grito de Edvard Munch motivam mais os alunos e levam-nos a resultados pedagógicos e didácticos muito mais satisfatórios do que uma banal fotografia da uma paisagem ou uma fotografia de uma figura “pública”. Claro está que a escolha do material a usar tem de ser muito criteriosa. Mutatis mutandis, o que foi dito sobre o material visual aplica-se aos textos escritos e até à música: tanto o texto literário como a música erudita (na relação desta com a palavra ou não) podem desempenhar um papel maior nas aulas de língua estrangeira.

(O Quadro reproduzido no início desta secção é A Persistência da Memória de Salvador Dalí. )

4.1. EXEMPLOS ILUSTRATIVOS


Para darmos uma imagem mais clara e concreta da forma funciona a abordagem proposta neste projecto, apresentamos aqui exemplos ilustrativos das estratégias e actividades que já foram postas em acção em sala de aula.

A pintura e as restantes artes visuais podem ser exploradas na sala de aula em várias situações e de diferentes modos. Recorreram os professores envolvidos no projecto a reproduções de obras de arte na introdução de temas de unidades didácticas (fase de motivação). As imagens foram descritas, interpretadas e serviram para introduzir vocabulário nuclear dessa unidade – por exemplo, a peça TV Buddha de Nam June Paik apresentou o tema “Os media e o seu efeito”; A Perfuradora (The Rock Drill), de Jacob Epstein, funcionou como ponto de partida para uma unidade didáctica sobre a mecanização do indivíduo. Mas estas e outras peças serviram também de base a outras actividades como o debate, a redacção de textos de vários tipos, a exercitação (oral ou escrita) de conteúdos linguísticos, etc. No Apêndice 1 desta apresentação damos conta das peças artísticas que constam numa Galeria Virtual com obras exploradas nas aulas de Inglês, de Alemão ou de Português como Língua Não Materna. (Algumas dessas obras são reproduzidas nesta página.)

Por outro lado, a literatura (mais concretamente, os textos narrativos e a poesia) serviu de base a exercícios de compreensão e interpretação de enunciados escritos e orais. Mas funcionou também como ponto de partida para debates, para a redacção de textos, para a apresentação e exercitação de pontos gramaticais, etc. Privilegiou-se aqui uma abordagem comparatista, convidando os alunos a associar, comparar ou contrastar textos de diferentes nacionalidades (por exemplo, comparando os poemas “Amor é um fogo que arde...”, de Camões, e “love is more thicker than forget”, de e. e. cummings; ou os poemas “If”, de Rudyard Kipling, e “Porque”, de Sophia de Mello Breyner) ou quadros e textos literários (por exemplo, o quadro Os Fuzilamentos..., de Goya, e “Carta a meus filhos...”, de Jorge de Sena). Os textos literários estiveram, assim, não só ao serviço do ensino da língua mas também ao serviço do desenvolvimento pessoal do aluno e do conhecimento da cultura de outros povos. No Apêndice 2, encontra-se uma lista dos títulos dos poemas cujo tema roda em torno da cidadania e que podem ser usados (e muitos foram) em aulas de língua. Com eles se organizou uma antologia poética em volume.

Em certos casos, algumas peças musicais que eram acompanhadas por texto foram utilizadas para exercícios de compreensão de enunciados orais, o que aconteceu com o texto narrativo que acompanha a “história musical” Pedro e o Lobo, de Prokofiev, (em inglês e em português) ou os breves textos de John Cage que acompanhavam algumas das suas peças musicais. Mas a música foi também usada como motivo para exercícios de escrita ou para introdução de temas das unidades didácticas.

Por fim, e porque não só a chamada “Alta Cultura” (“High Culture”) deve ter lugar nestas aulas, recorreu-se a “obras” da cultura (dita) popular. Por exemplo, nas aulas de Alemão, os alunos viram o vídeo-clip “Ich will” da banda musical Rammstein, resolveram um exercício de compreensão do texto escutado e discutiram, em seguida, formas de intervenção e iniciativas dos cidadãos na sociedade (Bürgerinitiativen). Outro exemplo está no uso da banda desenhada Calvin and Hobbes, que foi igualmente um ponto de partida para um exercício de interpretação antes de se debater o tema da infância e o mundo adulto.

Para outros exemplos, incluindo uma planificação pormenorizada de uma unidade didáctica, e para uma descrição do método aplicado ao ensino da língua inglesa, ver o artigo, “What a tangled web we should weave: Teaching English, promoting critical awareness and using art in EFL classes”, de Alexandre Dias Pinto e Carlota Dias Pinto, que é referido na bibliografia (Pinto e Pinto, 2003).

(As obras de arte reproduzidas no início desta secção são, respectivamente, A Perfuradora (The Rock Drill), de Jacob Epstein e TV Buddha de Nam June Paik.)

5. INSTITUIÇÕES onde o projecto foi desenvolvido


O projecto teve início no ano lectivo de 2002/2003 em três escolas algarvias, embora tenha sido pensado e planificado em anos anteriores. Nesse ano lectivo o método didáctico criado no âmbito desta iniciativa foi desenvolvido e testado por três professores (membros da equipa) nas escolas em que leccionavam. Carlota Miranda e Ana Cristina Correia aplicaram-no sistematicamente na disciplina de Inglês, em duas turmas do 10º ano da Escola Secundária de Vila Real de Santo António e noutras duas turmas do 8º ano da Escola E. B. 2,3 das Naus – Lagos. Por outro lado, foi esta abordagem didáctica também seguida no ensino do Português, como língua não materna, em aulas regulares de Português (em actividades de individualização do ensino) e em aulas de Apoio Pedagógico Acrescido, na Escola Secundária José Belchior Viegas. Por fim, embora de forma menos sistemática, o método foi aplicado em aulas de Alemão, numa turma do 11º ano e noutra do 12º ano da Escola Secundária de Vila Real de Santo António.

Em 2003-2004, a abordagem didáctica desenvolvida no projecto foi seguida em aulas de Português como Língua Não Materna, leccionadas a dois alunos chineses (de 16 e 17 anos) na Escola Secundária da Amadora bem como em duas turmas do 10º ano de Inglês dessa escola e noutras três turmas de Inglês (do 8º ano) da Escola E. B. 2,3 José Buísel, de Portimão.

No ano lectivo de 2004-2005, as professoras Carlota Miranda e Cristina Correia continuaram o projecto na vertente do Inglês, respectivamente na Escola E. B. I. do Bom Sucesso (em duas turmas do 8º ano e uma do 9º ano) e na Escola E. B. 2,3 José Buísel (em duas turmas do 8º ano e outras duas do 9º ano).

No ano lectivo seguinte (2005-2006), a metodologia está a ser seguida em quatro turmas de Inglês (duas do 7º ano e duas do 9º) e de Formação Cívica da Escola E.B 2,3 Prof. Agostinho da Silva e em duas turmas de Inglês, do 8º ano, da Escola E. B. 2,3 José Buísel
No corrente ano lectivo (2006-2007), o projecto está a ser implementado em três turmas de Inglês e duas de Formação Cívica da Escola E.B 2,3 António Gedeão e em duas turmas de Inglês, do 9º ano, da Escola E. B. 2,3 José Buísel, em duas turmas de Português (uma do 10º e outra do 11º ano) da Escola Secundária de Azambuja.

A instituição onde nasceu o projecto e que lhe fornece apoio consultivo e logístico, desde a primeira hora, é o Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa. A iniciativa Línguas, Arte, Cidadania está inscrita como uma das linhas de investigação acção do Centro, onde três dos membros da equipa são investigadores.

6. RESULTADOS ALCANÇADOS

O balanço aqui feito diz, sobretudo, respeito aos resultados registados na aplicação do método ao ensino/aprendizagem do Inglês visto que foi nestas aulas que se pôs em prática de forma sistemática a abordagem didáctica proposta neste projecto e que se testou o método junto de um maior número de alunos. Mas referimos também os resultados e os progressos dos alunos nas áreas do Alemão e do Português como Língua Não Materna, onde esta abordagem didáctica também foi posta em prática de forma regular.

No plano da motivação, os alunos aderiram de forma muito positiva às actividades e aos materiais didácticos utilizados. Tal se deve, segundo cremos, à escolha cuidadosa e exigente das obras de arte exploradas nas aulas, visto que se optou por levar aos discentes textos literários (poemas, contos, excertos de narrativas), obras de pintura, escultura e fotografias bem como peças musicais capazes de os motivar. De início, a reacção dos alunos foi algo reticente, mas a situação foi-se alterando à medida que eles se foram acostumando a este método. Depois, a utilização da arte deixou de constituir uma surpresa para se tornar, em quase todos os casos, um desafio estimulante.

No domínio das competências linguísticas, os resultados foram positivos, tendo-se registado uma melhoria gradativa do desempenho dos alunos ao longo do ano. Assinale-se o progresso dos discentes nas áreas da compreensão e na expressão oral e escrita, tendo eles aumentado a sua fluência e o seu domínio ao nível da expressão e tendo os erros diminuído. Queremos, porém, enfatizar que, em grande parte, atribuímos os bons resultados às abordagens didácticas que nos serviram de base, como a abordagem comunicativa e a aprendizagem por tarefas (Task-based learning). No entanto, os sucessos nos planos da formação pessoal dos alunos, da sua consciencialização para questões de cidadania, do alargamento dos seus conhecimentos sobre outras culturas bem como na motivação revelada nas actividades propostas ficam a dever-se, segundo cremos, ao método aqui avançado.

Claro que os resultados finais (quantitativos) não são homogéneos: os alunos médios e os bons registaram progressos apreciáveis ao nível linguístico e comunicativo; por seu lado, os alunos que tinham algumas dificuldades e se revelaram mais empenhados no seu trabalho, desenvolveram as suas competências linguísticas. Tal aferição é feita a partir dos resultados obtidos no desempenho dos alunos em situação comunicativa, na oralidade, nos trabalhos por eles realizados bem como no aproveitamento obtido em testes sumativos e formativos.

Por fim, no domínio do desenvolvimento do espírito crítico dos alunos, dos valores, da consciência da cidadania e dos conhecimentos culturais adquiridos, os resultados obtidos revelaram-se francamente satisfatórios. Assinalamos aqui a evolução registada ao nível da consciência crítica em relação aos problemas sociais – sublinho a qualidade, a perspicácia das ideias e opiniões críticas expressas pelos alunos quer em debates e em situação interactiva nas aulas quer em textos escritos por si produzidos. Salientamos também a evolução registada ao nível dos valores e do seguimento de boas práticas de relação interpessoal.

7. PRODUTOS E FORMAS DE DIFUSÃO

a) Artigos e materiais publicados
- Pinto, Alexandre Dias e Carlota Miranda Dias Pinto, “What a tangled web we should weave: Teaching English, promoting critical awareness and using art in EFL classes”, Developing Teacher, http://www.developingteachers.com/articles_tchtraining/%20artpf_alexcarlota.htm (data de afixação: 7 de Abril de 2003).
- Pinto, Alexandre Dias, “Com as Línguas e a Arte a caminho da Cidadania: Notícia de um projecto didáctico”in A Página da Educação, Fevereiro, 2004. [Artigo]
- Pinto, Alexandre Dias e Carlota Miranda, “Culture and Citizenship in Foreign Language Classes” in The APPI Journal [Publicação da Associação Portuguesa de Professores de Inglês], 2004.
- Miranda, Carlota, “Com as Línguas e a Arte a caminho da Cidadania: Fundamentos e Metodologia de um Projecto Didáctico”, in Alameda. Revista de Educação, Artes e Ciências, nº 1, Lisboa, Instituto Superior de Educação e Ciências, 2004.
- Pinto, Alexandre Dias e Carlota Miranda, Orlanda Azevedo e Pedro Valente, O Nosso Dever Falar: Antologia do Poemas em torno da Cidadania, Lisboa, Santillana, no prelo [2006] (obras financiada pelo Programa Lusitânia do Instituto Camões, da FCT e do GRICES).
- Pinto, Alexandre Dias e Carlota Miranda, “Português como Língua Não Materna e Cidadania: Metodologia de uma Prática Pedagógica e Reflexões Suscitadas”, in O Idiomático, do Centro Virtual Camões, 2006.
- Línguas, Arte e Cidadania, http://linguascidadania.blogspot.com/, publicado em Março de 2006. [Trata-se do presente blogue, que contém a descrição do projecto.]

b) Comunicações em congresso associadas ao projecto
- Pinto, Alexandre Dias e Carlota Miranda, “Apresentação do projecto ‘Com as Línguas e a Arte a caminho da Cidadania’” na Agência Nacional para os Programas Comunitários, Novembro de 2003.
- Pinto, Alexandre Dias e Carlota Miranda, “Cidadania e Interculturalidade no Ensino do Português como Língua Estrangeira” no 3º Congresso do Português Língua Não Materna da APP, ESE de Lisboa, Março de 2004.
- Pinto, Alexandre Dias, “Enhancing Citizenship and Critical Awareness in Language Classes”, 2nd International ‘Language – Communication – Culture’, Instituto Politécnico de Beja, 2004.
- Valente, Pedro e Alexandre Dias Pinto, "Aprendizagem do português e culturas lusófonas pela mão da poesia", 4º Congresso do Português Língua Não Materna da APP, ESE de Lisboa, Março de 2006.
-Pinto Alexandre Dias, "Ensino da língua e da cultura maternas e Educação para a Cidadania", Congresso Cidadania(s): discursos e práticas, Universidade Fernando Pessoa, Junho-Julho de 2006.

c) Materiais didácticos produzidos pela equipa (não publicados)
- Com as Línguas e a Arte a caminho da Cidadania, edição policopiada, S. Brás de Alportel, Escola Secundária José Belchior Viegas, 2003. [Livro de apresentação do projecto.]
- Antologia de poemas sobre cidadania, edição policopiada, S. Brás de Alportel, Escola Secundária José Belchior Viegas, 2003 [colectânea de 60 poemas em inglês, alemão e português].
- Selecção de poemas sobre cidadania, Cassete áudio, S. Brás de Alportel, Escola Secundária José Belchior Viegas, 2003. [Gravação áudio de quinze poemas da antologia para actividades de compreensão oral.]
- Galeria Virtual, CD-ROM, S. Brás de Alportel, Escola Secundária José Belchior Viegas, 2003. [CD-ROM em que se coligem reproduções de pinturas e de outras obras de arte usadas no projecto.]
- Pinto, Alexandre Dias e Carlota Miranda, Orlanda Azevedo e Pedro Valente, O Nosso Dever Falar: Antologia do Poemas em torno da Cidadania, CD-ROM, Lisboa, Centro de Estudo Comparatistas (versão em CD-ROM da antologia entregue à Editora Santillana).

8. BIBLIOGRAFIA

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Woodrow, Derek, G. Verma, M. Rocho-Trindade, G. Campani & C. Bagley (eds) (1997), Intercultural Education: Theories, Policies and Practice, Aldershot, Ashgate.

APÊNDICE 1: A Galeria Virtual

Visto que o método de ensino/aprendizagem aqui proposto recorre a obras das artes visuais (expressão que preferimos a “artes plásticas”, que nos parece mais redutora), decidiram os professores envolvidos no projecto organizar um banco de imagens que pudessem explorar (e que foram usadas) em aulas de língua estrangeira. Como nem sempre possuíam reproduções das pinturas, das esculturas ou de outras peças artísticas, recolheram da Internet um conjunto de endereços que remetiam para sítios onde essas reproduções estavam disponíveis. É assim possível exibir obras de arte na sala de aula, recorrendo aos meios didácticos e/ou electrónicos que as escolas possuem: sobretudo o retroprojector e o projector de vídeo (datashow). À colectânea das obras de arte visual, que se relacionam com questões de cidadania, deu-se o nome de Galeria Virtual. Apresentam-se aqui algumas das peças que figuram na galeria, que, na íntegra, se encontra compilada em CD-ROM.

1. Os fuzilamentos de três de Maio de 1808, de Goya
2. As mãos de um titereiro, de Tina Mondotti
3. Buddha TV, de Nam June Paik
4. A Perfuradora: Torso em metal (The Rock Drill), de Jacob Epstein
5. Guernica, de Picasso
6. Os comedores de batatas, de Van Gogh
7. Três estudos para Figures at the Base of a Crucifixion (1944), de Francis Bacon
8. Pintura (1946), de Francis Bacon
9. Maman, de Louise Bourgeois
10. Possession, de Victor Burgin

APÊNDICE 2: Antologia de poemas sobre cidadania

A antologia de poemas reúne um conjunto de composições em língua inglesa, portuguesa e alemã cuja temática se prende, directa ou indirectamente, com a cidadania. Pretenderam os professores envolvidos no projecto coligir textos poéticos que pudessem ser usados didacticamente em aulas de língua estrangeira. No entanto, a lista de poemas engrossou com a contribuição dos alunos, que, respondendo ao repto dos professores, acabaram, também eles, por sugerir composições que podiam fazer parte da antologia. Além de se guiar pelo critério temático (o tema da cidadania), a selecção orientou-se também pelo critério da motivação e do interesse que os poemas podiam despertar nos alunos bem como pela adequação dos textos à competência linguística dos discentes. Segue-se uma lista de alguns dos títulos desta antologia, a qual foi originalmente produzida em volume.
1. POEMAS EM LÍNGUA INGLESA

“If”, Rudyard Kipling
“I, too, sing America”, Langston Hughes
“Ku Klux”, Langston Hughes
“Meditatio”, Ezra Pound
“Lizard”, D.H. Lawrence
“Social Security”, Terence Winch
“These yet to be United States”, Maya Angelou
“The Snow Party”, Derek Mahon
“Little Johnny's Final Letter”, Brian Patten
“Wishes of an Elderly Man”, Sir Walter Raleigh
“The Chimney Sweeper”, William Blake
“The Bridge”, Fiona Pitt-Kethley

2. POEMAS EM LÍNGUA ALEMÃ

“Der Arbeitsmann”, Richard Dehmel
“Ich liebe Frauen”, Hermann Hesse
“Die Bücherverbrennung”, Bertolt Brecht
“Die Lösung”, Bertolt Brecht
“Von der Freundlichkeit der Welt”, Bertolt Brecht
“Lesebuchgeschichten”, Wolfgang Borchert
“Mondnacht”, Joseph von Eichendorff
“Sechsjähriger”, Reiner Kunze
“Ich will”, Rammstein

3. POEMAS EM LÍNGUA PORTUGUESA

“Cântico negro, José Régio
“Voz activa”, Miguel Torga
“Trova do vento que passa”, Adriano Correia de Oliveira
“Retrato de uma princesa desconhecida”, Sophia de Mello Breyner Andresen
“Porque”, Sophia de Mello Breyner Andresen
“Queixa das almas jovens censuradas”, Natália Correia
“Calçada de Carriche”, António Gedeão
“Eles foram lá”, José Craveirinha
“Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya”, Jorge de Sena
“Meninos carvoeiros”, Manuel Bandeira
“Oh! Liberdade!”, Xanana Gusmão
“Pedra Filosofal”, António Gedeão
“O Portugal futuro”, Ruy Belo
“Ah! Como te invejo”, José Gomes Ferreira
“Sísifo”, Miguel Torga
“Eu, Etiqueta”, Carlos Drummond de Andrade
“Urgentemente”, Eugénio de Andrade
“Pastelaria”, Mário Cesariny de Vasconcelos
“Ao desconcerto do Mundo”, Luís de Camões
“Contra as molheres”, Jorge d'Aguiar
“Lágrima de Preta”, António Gedeão

APÊNDICE 3: Trabalhos dos alunos (uma amostra)

Neste apêndice, apresentam-se alguns dos trabalhos dos alunos cujas turmas estiveram envolvidas neste projecto. Como se constatará pela sua leitura, o ensino da língua estrangeira articulou-se com o conhecimento das culturas desse idioma e com a reflexão crítica em torno de questões de cidadania. Encontram-se inicialmente os trabalhos realizados nas aulas de Inglês, em seguida, os que foram elaborados em Alemão e, por último, os textos redigidos em português (como língua não materna).
1. TRABALHOS DE INGLÊS
1.1. Women's Rights
It is me who has to decide about my future!
The Al Saud (an Arab family) are having a great argument about Sara's future. Mohatma, the chief of the family, agreed with Haden Hossin, an old man who already had three wives, that Sara, his beautiful daughter, would marry him. But Sara doesn't agree with her father's decision, not only because she doesn't like this man, but also because she has a boyfriend whose name is Hadnav Henalat.
Sara: Father, I hate that man! You cannot do this to me!
Father: Shut up, Sara, I'm your father and I know what is best for you. You have to marry Haden Hossin.
Sara: But, Father…
Father: Sara, he has a great house, lots of money, and he is a VIP! What more do you want? You will be a happy girl.
Sara: No, I won't marry him. I want to marry Hadnav. You won't decide my future for me! I have my own rights!
Patrícia Salvador, Célia Paz e Ana Cristina – Esc. Sec. de Vila Real de Santo António, 10º C4
1.2. Homelessness
To work or not to work: that is the question
Some people say that the homeless do not work because they do not want to. People say that because when they were young, they themselves had the opportunity to complete their education. Since their parents had enough money to support them, they could afford going to school and university.
On the other hand, most of the homeless did not have that opportunity. Nowadays, people can only work if they finish school. From my point of view, this is very unfair because everybody needs a job to survive.
Célia Paz – Esc. Secundária de Vila Real de Santo António 10º C4
Work and Homelessness

From my point of view, in today's booming economy it is easy to get a job; the problem is that some homeless people simply do not want to work. On the other hand, that does not happen with all of them. When we talk about homelessness, we talk about living apart from society and having difficulties. Whenever the homeless try to get a job, they are rejected, just because they are homeless. No one gives them a job. Would you? I believe that, in part, today's booming economy itself is responsible for this situation.
Juliana Silvestre – Esc. Secund. de Vila Real de Santo António 10ºA3
1.3. Humanitarian Organisations
Working for UNICEF
In the first place, I must say I love children.
I would like to join UNICEF and go to Africa to help children in need. Many of these children have problems: they are poor and hungry, some of them do not have a family, some have physical disabilities. They really need our help. Besides, if I went to Africa as a volunteer, it would be a great way of gaining maturity and responsibility. I would feel and act like an adult, I would be an independent and self-sufficient person.
I would like to teach the children how to read and write, I would play and sing with them. I know that I would have to work hard, but it would be worthwhile. Don't you agree with me?
Joana Rodrigues – Escola Secundária de Vila Real de Santo António 10º C4
1.4. Freedom
Freedom is...
… flying without wings.
… thinking and saying whatever you want.
… doing what comes to your mind.
… flying higher than birds, swimming deeper than fish, dreaming with the whole universe without anyone telling you to stop.
… having opportunity of choice, of decision, of expression, of thought.
… beautiful.
Escola Secundária de Vila Real de Santo António – 10º A3 / 10º C4
1.5. Family
Family Problems
Kate: Father, have you got a minute? I have to talk to you… It's a serious matter.
Father: Of course, my dear. What's the matter? You look strange… What's the problem?
Kate: Well, you know, I'm 19 and… I'd like to tell you that… I have a boyfriend and we intend to get married.
Father: What?! That's impossible! You're joking, aren't you?
Kate: Actually, I'm not… I'm in love, father, and he is so good to me.
Father: Who is he? What does he do?
Kate: His name is Mathew. His family… well, actually he doesn't have a family. He
lives in a children's home. He studies at my school.
Father: It's out of the question! No way!
Kate: Father, I love Mathew and I'm going to marry him, no matter what you think!
Célia Silva, Joana Rodrigues – Escola Secundária de Vila Real de Santo António, 10ºC4
2. TRABALHOS DE ALEMÃO
Bürgerinitiativen
Sehr geehrter Bürgermeister:
Ich scheibe diesen Brief wegen der Verschmutzung unserer Stadt. Es gibt Müll auf der Strasse, die Luft stinkt und das Wasser ist nicht rein. Die Kinder können weder auf der Strasse noch am Strand spielen. Die Leute sind traurig und empört, und ich schreibe im Namen der Bürger. Wir kämpfen gegen die Umweltverschmutzung. Wir können und sollen etwas für die Stadt tun, aber Sie müssen helfen. Das Rathaus muss auch etwas tun.
Mit herzlichen Grüssen
Pedro Bandarra
Pedro Bandarra – Escola Secundária de Vila Real de Santo António 12º B4


Sehr geehrter Minister:
Wir scheiben diesen Brief, weil die Umweltverschmutzung in unserer Stadt den Leuten stört. Die Bürger sind mit der Müllabfuhr nicht zufrieden. Es gibt Müll überall. Auberdem wirft die Fabrik gefährliche Chemikalien in die Luft und ins Wasser. Unsere Stadt braucht reines Wasser, reine Luft und Grünanlage. Vielen Dank.
Mit herzlichen Grüssen
Tatiana Botequilha und João Nunes
Tatiana Botequilha und João Nunes – Escola Secundária de Vila Real de Santo António 12º B4


3. TRABALHOS DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA NÃO MATERNA
3.1 Parodiando um soneto barroco
PRAGAS SE CHORAR MAIS POR UMA DAMA CRUEL
Não sossegue eu mais que um bonifrate,
De urina sobre mim se vase um pote,
As galas que eu vestir sejam picote,
Com sede me dêem água em açafate,
Se jogar o xadrez, me dêem mate,
E jogando às trezentas, um capote,
Faltem-me consoantes para um mote,
E sem o ser me tenham por orate,
Os licores que beba sejam mornos,
Os manjares que coma sejam frios,
Não passeie mais rua que a dos fornos,
E para minhas chagas faltem fios,
Na cabeça por plumas traga cornos,
Se os meus olhos por ti mais forem rios.
D. Tomás de Noronha, Fénix Renascida, V


Se desta vez conseguir passar o ano…
Eu fazia tudo p'ra passar o ano:
Até pintava a cara de alcatrão,
Pintava mesmo as escadas com a mão,
Limpava a minha cara com um pano,
Estudava eu as matérias todas,
Até aprendia bem a matemática,
E, claro, não deixava a informática,
Incluso eu comprava as novas modas,
Até me casaria com a escola,
Como o Director de Turma dizia,
Juntava todo o cérebro com uma cola;
P'ra não ter esta tristeza na vida,
Todas estas coisas eu fazia
Se desta vez vez conseguir passar o ano.
Maaike de Rijte – Esc. Sec. José Belchior Viegas, 11º A


Promessas (para ele gostar de mim)
Eu dava vinte seis voltas ao mundo,
Mergulhava no mar até ao fundo,
Escrevia dez testes de seguida,
Mesmo se fossem de Ciência da Vida.
Fazia um seminário sobre arte,
E nunca mais comia chocolate,
Lia o Eça de Queirós quatro vezes,
Não via televisão durante meses.
Todo o tempo só estou a pensar nele;
Por isso eu fazia do seu nome
Uma tatuagem na minha pele.
Comprava-lhe flores, um grande ramo,
Simplesmente fazia quase tudo
Se ele me amasse como eu o amo.
Laura Anna Genné – Esc. Sec. José Belchior Viegas, 11º A


3.2. Reflectindo sobre o texto de Antero de Quental, Causas da Decadência dos Povos Peninsulares
Causas da Prosperidade dos Povos Desenvolvidos e da Decadência de Portugal nos Dias de Hoje
Existem países no mundo que estão bastante desenvolvidos, económica e tecnologicamente. Entre os países desenvolvidos estão os Estados Unidos, o Japão, a França e a Inglaterra, onde se regista uma grande produtividade e uma prosperidade económica assinalável. Os Estados Unidos, por exemplo, são um dos maiores países produtores de bens. O Japão é também um país com uma elevada produtividade. Marcas como a Yamaha e a Mitsubishi, entre outras, são proveniente do Japão. Os países que têm uma grande indústria exportam para outros países os seus produtos, onde estes são bastante apreciados e populares. É desta maneira que os Estados Unidos se tornaram no país mais poderoso do mundo.
Portugal não tem uma indústria desenvolvida nem é muito reconhecido no mundo. Mas também não precisa de ser um país geograficamente grande para ser desenvolvido, precisa de ter uma indústria produtiva. O Japão, não sendo, geograficamente, um dos maiores países do mundo, é um dos mais desenvolvidos. Os seus produtos estão espalhados pelo mundo inteiro. A sua tecnologia é utilizada no dia-a-dia das pessoas. Marcas como a Nintendo têm uma enorme influência na economia do país.
Portugal, pelo contrário, não tem grandes marcas que sejam reconhecidas e comercializadas mundialmente. As soluções para Portugal se tornar num país mais desenvolvido passam por investir e expandir a indústria, como que já era dito no texto de Antero. Deve também incentivar-se os cientistas portugueses a não trabalharem no estrangeiro. Muitos dos cientistas que trabalham nos Estados Unidos são provenientes de Portugal e de outros países europeus. Se os cientistas portugueses se dedicassem à investigação trabalhando na sua pátria, os outros países reconheceriam mais o valor de Portugal. Além disso, estariam a contribuir para desenvolver a indústria nacional.
Por outro lado, é também necessário apostar em negócios competitivos. Os investimentos no estrangeiro podem e devem trazer uma grande prosperidade para Portugal. A competitividade do comércio e dos serviços português pode levar a melhorar o nível de desenvolvimento do país. Deviam os portugueses aprender com o exemplo inglês, onde a competitividade entre seguradoras, bancos, clínicas, etc. leva os empresários a oferecerem melhores produtos e serviços aos seus clientes e a criarem melhores condições para atrair mais clientes.
Estes factores – indústria, investigação científica e competitividade –, se forem bem conduzidos, terão um grande impacto no desenvolvimento de Portugal. A meu ver, é nos problemas que encontramos nestes domínios que estão algumas das causas da decadência de Portugal nos dias de hoje. Antero de Quental, há quase cento e cinquenta anos, já tinha compreendido algumas dessas causas.
Ross Kelly, 11º A

APÊNDICE 4: Unidades didácticas

Unidade didáctica de Inglês sobre a relação entre gerações, de Alexandre Dias Pinto e Carlota Miranda

APÊNDICE 5. Ligações a outros sítios da Internet (a completar)

APÊNDICE 6. [Espaço deixado em branco para uso futuro]

APÊNDICE 7. [Espaço deixado em branco para uso futuro]